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Resgate da Alma 2017-08-03T21:58:57+00:00

O Resgate da Alma

Uma das técnicas de cura física, anímica e espiritual mais intrigantes e misteriosas do universo Xamânico é conhecida por O Resgate da Alma. O fenômeno, curiosa e infelizmente passa despercebido dos estudiosos modernos da psique humana e está sendo aos poucos resgatado atualmente por terapeutas corajosos que estudam e a praticam em várias partes do mundo graças à abertura proporcionada por alguns acadêmicos de visão holística e sem preconceitos, principalmente antropólogos.

Mircea Eliade, famoso historiador de religião romeno diz em seu livro “Xamanismo, Técnicas Antigas do Êxtase”:

“A principal função do Xamã na Ásia Central e do Norte é a cura mágica. Nessas regiões pode se encontrar diversas concepções da causa da doença, mas aquela da “violação da alma” é de longe a mais comum. A doença é atribuída ao afastamento ou ao roubo da alma, e o tratamento em princípio resume-se em encontrá-la, capturá-la e obrigá-la a retomar seu lugar no corpo do paciente. Apenas o xamã vê os espíritos e sabe como exorcizá-los; apenas ele reconhece que a alma se afastou e é capaz de alcançá-la em êxtase e trazê-la de volta ao corpo”.

O Conceito

O conceito do Resgate da Alma parte do princípio de que a alma humana em várias circunstâncias extremas não suporta a pressão de certos eventos da vida e se retira em pedaços conscientes para uma vida paralela em mundos incomuns, uma outra dimensão onde passa a viver em segurança precária, sem evolução mas sem sobressaltos.

Os fatos específicos, as circunstâncias e o nível de pressão variam de caso a caso, mas a experiência mostra que essa perda de “pedaços da alma” é causada normalmente por acidentes, traumas físicos e emocionais, abusos de infância, abandono, crueldades, violência, falta de amor, e por aí afora.

Os sintomas aparentes desse desequilíbrio são depressão, vazio interior, lacunas de memória, solidão, falta de interesse, motivação e propósitos na vida ou mesmo uma “maré de azar”.

É muito difícil ter passado pela vida sem esses perrengues, então grande parte das pessoas sofre desse mal e não sabe, ou atribuem a outras causas diagnosticadas pela nossa medicina focada só no corpo. Alguma semelhança com o que vemos por aí?

A Jornada de Resgate

O Xamã então faz uma jornada de resgate, o paciente deitado ao seu lado, e com ajuda de seres a ele ligados nas dimensões incomuns (Mundo Inferior, Intermediário ou Superior), encontra os pedaços da alma e os convence de vários modos a voltar ao paciente. Ao voltar à realidade comum o Xamã “sopra” o pedaço, ou pedaços, de volta no paciente e ele começa, curado, a se recuperar e conviver com a sua alma plena.

Há 10 perguntas práticas para se determinar se ocorreu ou não uma perda da alma em alguém:

  1. Você já teve dificuldade de ficar “presente” no seu corpo? Sente-se “fora do corpo” observando-se?
  2. Já se sentiu entorpecido, apático, enfraquecido?
  3. Sofre de depressão crônica?
  4. Tem problemas imunológicos e facilidade de ficar doente?
  5. Estava sempre doente quando era criança?
  6. Tem lacunas de lembranças da sua vida, como traumas foram apagadas, após os 5 anos?
  7. Luta contra vícios como álcool, drogas, comida, sexo ou jogos?
  8. Procura coisas externas para preencher um “vazio interior”?
  9. Teve dificuldades de levar a sua vida após uma separação ou morte de pessoa querida?
  10. Sofre de síndrome de muitas personalidades?

Uma história de vida

Segue um dos vários relatos de uma jornada feita por Sandra Ingerman, terapeuta, escritora e Xamã famosa, para resgatar a alma de John, que se queixava de “dificuldades de se relacionar, questões de confiança e intimidade”:

“Eu inicio a minha jornada e encontro o meu animal de poder. Minha intenção é ver se consigo encontrar as partes perdidas de John que possam ajudá-lo a lidar com seus problemas. Meu animal de poder me leva para uma casa no mundo intermediário. Na sala de estar colorida olho ao redor. Há um sofá de gobelin e duas cadeiras em estilo vitoriano. Minha atração é atraída por gritos que vem do extremo oposto da sala. Na base da escada está o pai de John, gritando com a mãe, dizendo que vai embora de casa. No chão da sala está John, com quatro anos, parecendo em pânico. Seu pai bate a porta da frente; sua mãe bate a porta do andar superior; a alma de John foge aterrorizada com a experiência. Com a partida do pai, a vida familiar normal de John se despedaça. O abandono que ele sente é demais para suportar”.

Eu falo com “a parte da alma de John” garantindo que John está à sua espera na realidade comum e que vai cuidar dele. O menino de quatro anos percebe que “ele é a parte de John que sabe como confiar”, e concorda em “voltar para casa”.

Texto do Blog Ser Luminoso.
Por: Arnaldo Preto.

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